julho 27, 2011

Decoradora premiada trabalha exclusivamente com garrafas PET

Não adianta você só separar o lixo, é preciso dar um jeito nele”. Rosely Castanho Pignataro é daquelas pessoas que não se limitam em falar, mas praticam o que dizem. É com muita habilidade que ela separa as garrafas PET e reutiliza cada pequena parte do item plástico para fazer suas decorações.

Para Rosely não existe nada perdido, diversas coisas que aparentemente perderam a utilidade são transformadas e revitalizadas em suas mãos. Ela começou a exercer a atividade de decoradora por acaso, era somente para conseguir enfeitar o prédio onde mora, sem gastar muito dinheiro. A solução para o problema financeiro foi reaproveitar as garrafas PET que iriam para o lixo.


A decoração despretenciosa foi eleita como a mais bela da capital paulista, por um concurso da Globo, chamado Brilha São Paulo, que foi extinto na época em que a cidade sofreu com o apagão. Rosely nem sabia que a sua decoração estava na lista do concurso, já que sua filha havia feito a inscrição em segredo. E a atividade que surgiu somente como “quebra-galho” virou coisa séria, remunerada, importante para Rosely e mais importante ainda para o meio ambiente.


Rosely era tradutora e professora de inglês, mas a profissão, que ela praticou por grande parte de sua vida, nunca lhe trouxe tanta alegria como o trabalho com decorações feitas com garrafas PET. “Eu coloco a minha vida nisso”, assim ela explica a importância da reciclagem e do trabalho artesanal.


O trabalho de Rosely não consiste apenas em pensar e elaborar o tipo de decoração, mas principalmente em estabelecer uma maneira de fazer tudo utilizando garrafas PET. A artesã conta com apenas três funcionários “parciais” - o faxineiro, o porteiro e o zelador do seu condomínio - e o espaço do salão de festas, para fazer decorações para as mais diversas datas comemorativas. Já foram dias das mães, páscoa, festas juninas, copa, mas a época preferida e mais trabalhosa é, sem dúvida, o natal.


As garrafas, principais matérias-primas usadas por Rosely, foram inventadas em 1970 nos Estados Unidos e só passaram a ser recicladas em 1990. Elas chegaram ao Brasil em 1988 e hoje, 68% de todo o refrigerante que é produzido aqui vem embalado em garrafas PET. De toda essa produção, pouco mais da metade é reciclado. Em 2008, o índice de reciclagem foi de 54,8%, ou seja, praticamente 209 mil toneladas de PET foram descartadas inadequadamente. Por causa do pouco desenvolvimento da indústria de reciclagem no Brasil, o país deixa de lucrar anualmente R$ 8 bilhões.

Em sua primeira “obra de arte” de garrafas PET, Rosely usou duas mil garrafas, hoje, após dez anos de trabalho, são utilizadas anualmente dez mil garrafas. Todo o material é obtido através de doações da comunidade. A ex-tradutora diz que a população é muito solícita em doar garrafas, inclusive chega um período em que ela já tem material suficiente e é obrigada a rejeitar parte das doações.


Receber prêmios por sua decoração é algo comum e para Rosely essa não é a melhor recompensa. O que a deixa mais feliz é poder ver as pessoas alegres com os enfeites e a possibilidade de aliar tudo isso à reciclagem. Somente com a decoração de natal, ela impede que meia tonelada de garrafas plásticas seja descartada indevidamente. Os resíduos que permaneceriam em lixões, rios, oceanos ou nas ruas, por mais de 300 anos, deixam de ser lixo e viram arte.


Até o ano retrasado Rosely ministrava cursos para passar adiante a técnica da decoração com materiais recicláveis. Porém, por causa da grande quantidade de trabalho, ela não tem conseguido conciliar as duas coisas. A artesã garante que essa atividade é rentável e poderia ser olhada com melhores olhos pelo governo, que ao investir em capacitação profissional na área, resolveria dois problemas de uma só vez. Seria possível dar uma profissão a quem está desempregado e diminuir a quantidade de poluição espalhada pela cidade.


O natal deste ano será agitado para Rosely, que tem que dar conta da decoração de uma escola e mais três condomínios. Por causa dos lindos enfeites, que contagiam famílias e se tornou ponto turístico da região, o prédio onde a artesã mora foi apelidado por uma de suas amigas de “Disneylândia da Mooca”. Mais do que diversão, as decorações trazem a essência de conscientização e uma proposta muito boa e simples para solucionar o destino dos resíduos sólidos que nós produzimos diariamente.


Por Thaís Teisen - Redação CicloVivo






julho 26, 2011

Pneus com plantas - Reciclagem


Para os que ainda acreditam que precisam de vasos caros para montar um jardim incrível, mais uma ideia simples, simples. Pneus antigos pintados com cores vivas e sobrepostos criam uma instalação bacana no jardim.
A foto vem de longe, do Olivewood Gardens & Learning Center, um centro dedicado a educação ambiental nos Estados Unidos. Realmente não faltam lições de reciclagem na fot





Assistam ao vídeo acima - idéias maravilhosas e facílimas para reciclar caixotes de feira. Adorei!

 

julho 24, 2011

Benefícios do azeite para a saúde.

O azeite é pobre em ácidos gordos saturados e rico em antioxidantes, como a vitamina E. É desde há muito tempo utilizado no mediterrâneo, sendo hoje reconhecido no mundo inteiro pelas suas propriedades nutritivas e organolépticas (propriedades benéficas ao organismo e que impressionam os sentidos).

É um alimento versátil e fundamental para a saúde, pois beneficia a vesícula biliar e o fígado, estimula a secreção da bílis e a tonicidade dos tecidos, atuando igualmente como tônico nervoso. O consumo de azeite é benéfico para as crianças, pois ajuda no seu crescimento e previne a osteoporose.

Como estimula a contração muscular, o azeite é prescrito em caso de prisão de ventre. A sua ação suave é ideal para a prisão intestinal das crianças, podendo os laxantes mais fortes causar danos.

A ingestão de azeite é positiva para quem sofre de colesterol porque ajudará a dissolver os depósitos de colesterol. No processo de fabricação do azeite existe uma concentração de antioxidantes, que permitem a proteção do organismo contra as agressões exteriores, prevenindo o aparecimento de doenças cardiovasculares ou do câncer.


AZEITE antibarriga
A última notícia sobre o óleo extraído da oliva merece comemoração: ele evita o acúmulo da gordura visceral, passaporte para doenças cardiovasculares e diabete. E, como se fosse pouco, combate a osteoporose e inflamações, caso da gastrite
por Regina Célia


Leia mais aqui: http://www.estimulacao.com.br/noticia65.htm

Como Tirar Calos - Receita Natural


Calos, de maneira geral, são peles que se tornam rígidas e grossas devido a atrito constante. Geralmente, se concentram na região dos pés (sobretudo pelo uso de sapatos apertados) e mãos, devido ao uso de ferramentas. Não representa riscos a saúde, mas são incômodos. Neste caso, vejamos uma receitinha caseira para acabar com os calos:


Você vai precisar de:
•Dentes de alho,
•Azeite de oliva.

Modo de Preparo:
Em um pilão (ou algo que funcione como) amasse bem os dentes de alho até que virem creme na quantidade de uma colher de sopa. Misture o alho com também uma colher de sopa de azeite.


Posologia
Passe o creme sobre os calos e cubra com um pano pela manhã e à noite.





julho 23, 2011

Uma rara espécie de borboleta

Por incrível que pareça, essa foto não é um truque de Photoshop: é uma imagem real, assim como a borboleta. A “Greta oto”, mais conhecida como a “borboleta transparente”, é um membro da subfamília Danainae. Elas vivem na América Central, onde também são chamadas de “espelhinhos”, e se alimentam de néctar (provavelmente também de amor e boas intenções, né?).

Fonte: Obvius

julho 19, 2011

Eco(lógico) poesias

MODERNO CONTO DE FADAS
Era uma vez um planeta
com matas, mares e rios.
Matas verdes, águas limpas.
Pássaros, flores nas matas.
Peixes, cetáceos, nas águas.
Ar puro envolvia o planeta.
     Surge um ser inteligente
     Descobre a força do fogo.
     As matas transforma em cinzas.
     Os restos joga nas águas.
     Morrem pássaros e peixes.
     Fumaça envolve o planeta.
    Aníbal Albuquerque

Astros e estrelas
preferem
tapete verde...
(Angela Bretas)


Mata Atlântica
(recado aos insensíveis)
Mata é substantivo
Não é verbo.
Não confunda quando se diz Mata
Com desmata.
Mata Atlântica é floresta, é vida
Não é matar a floresta em vida
Nem fazer Lei de cunho associativo
Visando o lucro obsessivo
Do Capital Extrativista especulativo.
Mata Atlântica é floresta
Que estão matando de caso pensado
Com serra elétrica ou com machado.
Mata Atlântica é algo que resta
É a preservação da vida em festa
É a conservação de uma pequena fresta
De tudo que a história atesta
Ter sido uma exuberante e imponente floresta!

Carvalho de Azevedo

julho 16, 2011

Estudante brasileiro desenvolve sistema para tratar a água com energia solar

Tratamento de água é algo que é cada vez mais necessário, mas isso gasta muita energia e acaba prejudicando o planeta. Ou gastava. Já que o estudante de engenharia elétrica Leonardo Lira, da Universidade Federal de Goiás, criou um sistema que retira as impurezas da água e só utiliza a energia da nossa estrela favorita.



O sistema funciona assim: O próprio Leonardo pegou cinco tábuas de compensado, as revestiu com papel alumínio e criou uma caixa sem tampa de um metro quadrado, aproximadamente. Isso é usado para concentrar a luz do sol. Dentro da caixa ficam quatro garrafas PET transparentes de dois litros cada uma. Em cada garrafa fica a água para tratamento armazenadas entre 3 a 6 horas. A água chega ao 70ºC e elimina bactérias, vírus e outras substâncias “sujas” e depois fica limpa.


Leonardo fez o teste com amostras de cinco casas que não tem água encanada e tratada. A companhia Saneamento de Goiás S/A fez uma pré-analise e informou que, após 3 horas dentro do concentrador, a água ficou limpa de coliformes fecais, rotavírus e outros organismos.


“Nosso foco era gastar o mínimo de energia possível sem passar por fervura, e, assim, não precisar de gás e evitar a emissão de poluentes”, explica o criador do projeto.


Outro ponto importante do projeto é o preço. Por ele ser barato pode ser aproveitado por várias comunidades carentes que precisam de água tratada.


Fonte: Obvius

julho 13, 2011

CARTA DE UMA MULHER INDÍGENA


Eu sou uma mulher indígena, filha da terra e do sol, pertenço a uma raça milenária  que hoje conservo como um tesouro ... convivo com aquilo que me rodeia, chuva, vento, montanhas, céu ... Eu estou feliz nesta solidão ... Eu tenho tempo para contar as estrelas, tempo para conseguir meus sonhos, para dançar com os pássaros sentindo o ar fresco da amanhecer e em silêncio falar com animais,com as plantas, com os espíritos ...

Semear com a Lua  os frutos do alimento, tingir a lã para fazer os tecidos, estudar medicina como minha avó me ensinou, cantando o novo dia.

Sei amar simplesmente com fidelidade e ternura ... Sou mulher indígena, mulher como a Mãe Terra, fértil, calma, protetora e forte.

Eu não sei de economia ou bancos, política ou subvenção.Mas eu sei quando meu mundo está em perigo e sei quando as coisas são boas ou não.

Eu não entendo muitas coisas, as pessoas do governo que vêm com muitas promessas, palavras ao ar quando há eleições e depois nada, quem vem  querer mudar o meu mundo, minhas roupas, minha espiritualidade ... aqueles que roubam, os que experimentam com os meus filhos, ou  retiram seus órgãos para os ricos, os que mentem, os que tomam as minhas terras, os que me exploram, eles trocam a minha arte e meus tecidos por alimentos ou bebidas alcoólicas e pagam uma ninharia pelo  trabalho de meses para vender em cidades distantes da Europa.

Eu não entendo aqueles que vêm como meus amigos para me tirar conhecimento, que vêm com grandes máquinas para cortar a floresta, que cortam a terra para obter seu sangue, que escondem lixo nas latas para nos contaminar, o que nos coloca vacinas, experimentando com o meu sangue, aqueles vêm com boa fé e crêem que vêm para ajudár-me  a  me integrar para me confundir, que me colocam sapatos,  querem mudar meus costumes ancestrais, que me olham como um bicho raro e tiram fotos,  querem que eu dançe por dinheiro, que vêm com muitas palavras bonitas para construir igrejas em nossos lugares sagrados, aqueles que procuram me escravizar com coisas fora da minha cultura, que vêm armados para nos expulsar de nossas terras, aos estrangeiros que vêm de férias enfrentando os militares e voltam  protegidos a suas terras distantes ... às vezes as coisas pioram para o nosso povo, prende-nos, matam-nos ...

Eu não entendo aqueles que me desprezam, que me ignoram, eles não se importam comigo e roubam tudo, até minha dignidade ...
Sou mulher indígena e  sei que quero mudar as coisas,essas coisas que dóem por dentro e vão se agravando com a impotência; falta de moradia, destruição, palavras quebradas, a indiferença, o desamor e  o sentimento de estar sendo constantemente violada.
Eu quero gritar: Deixe-me em paz ... Eu quero viver de forma simples, com a terra e com o meu povo, rindo, que cria,  e que vibra com a vida assim como ela é, sem mudar as coisas, que compartilha, que acaricia, que não tem pressa e ama sem esperar nada, que não se aborrece ...

Eu quero me respeitem, eu sou uma mulher da terra, forte como a árvore que resiste ao vento, como um junco na correnteza, como a montanha mais alta, colibrí frágil e doce como os entardeceres.
Eu sou mulher indígena, filha da terra e do sol e mesmo que eu não entenda muitas coisas, se eu quero, eu tenho esperança e sei que as coisas podem mudar



Fonte: Encontrado no Mural de Raul Rivera no  Facebook

julho 07, 2011

Tristeza no olhar



Zoológicos são normalmente associados ao entretenimento e alegria, mas a série de fotografias de Oscar Ciutat traz uma perspectiva diferente e inquietante sobre o cotidiano dos animais cativos. A tristeza nos olhares registrados aparenta ser quase humana em sua essência.

Em 2008, o fotógrafo espanhol Oscar Ciutat teve a idéia de captar, em detalhes, o olhar de diversos animais mantidos em cativeiro no zoológico de Barcelona. O objetivo era saber se as imagens mostrariam a falta de liberdade presente no cotidiano destes animais. O resultado é a série fotográfica Caged, uma verdadeira comprovação de que os olhos são o espelho da alma.


Hipopótamos, elefantes, ovelhas, rinocerontes...animais diferentes entre si, com o mesmo semblante em comum: o olhar vazio que parece transmitir melancolia, alheamento e tristeza, como se fossem conscientes da sua real condição. Um olhar semelhante ao de seres humanos que já passaram boa parte de suas vidas em uma prisão.


Com este trabalho, Ciutat levanta uma questão interessante: a validade dos zoológicos como ferramenta de proteção aos animais e educação ambiental. É sabido que um animal em cativeiro sofre uma série de alterações comportamentais por estar privado de seu habitat natural e de estímulos adequados para o seu desenvolvimento. A exposição ao grande público, que nem sempre demonstra respeito para com os animais, também não contribui.





O confinamento em um ambiente limitado e sem desafios pode resultar em situações de tédio, stress e até mesmo depressão. Desta maneira, o tempo de vida acaba por diminuir sensivelmente - não por acaso, o mesmo zoológico de Barcelona das fotos de Ciutat virou notícia há algum tempo, por conta de uma elefanta que poderia “morrer de tristeza” caso não fosse transferida para outro local, de acordo com uma ONG espanhola.


Nas últimas décadas, biólogos e ambientalistas têm se esforçado para transformar o zoológico em um ambiente verdadeiramente saudável para os animais e educativo para o homem. Conceitos como enriquecimento ambiental e a preferência por santuários e reservas ecológicas são algumas das iniciativas que podem ajudar animais cativos a ter uma vida melhor a longo prazo, e certamente um olhar diferente dos registrados por Oscar Ciutat.


Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2010/07/caged_-_o_olhar_dos_animais_em_cativeiro.html#ixzz1RSyKItYK





julho 05, 2011

Os senadores brasileiros, o Tribunal de Haia e a estrela da manhã





A quem mais interessa o fato de que o Capital compra votos, compra cargos chaves para autorizar crimes, compra leis, compra demolições, compra mortes, compra espécies vegetais e animais silvestres para o sacrifício, compra crianças para a prostituição, compra veículos de imprensa, compra ciência para patentear a vida, compra almas, compra impunidade, compra espaço territorial, enfim, compra quase tudo para seu engrandecimento como Capital. A quem poderíamos denunciar isso?

Por Ana Carolina Martins da Silva


Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer;
Apocalípse 1-19.


Tenho tentado escrever sobre as alterações no Código Florestal, desde que o debate começou, mas não tinha tido forças ainda. É uma coisa grande demais, é inacreditável. Fico lendo os textos de meus companheiros ecologistas, apoiando as manifestações virtuais, apoiando aquelas presenciais em que consigo estar e me sentindo cada vez menos competente para escrever um texto sobre tal crime hediondo, autorizado e sob a tutela do Estado, como está para acontecer. Não escrevi, fui fazendo coisas. Reenviando mensagens. Tentando articular apoio. Escrever foi impossível. Entretanto, as temeridades não param de acontecer, então não adianta apenas fazer coisas, é preciso dar testemunho, acredito que temos mesmo de fazer como manda a Palavra: “Escreve as coisas que tens visto!” Por isso me desafio e escrevo.


No dia em que a Ministra do Meio Ambiente esteve fazendo uma conferência na Assembléia Legislativa sobre a alteração do Código Florestal, os alunos da UERGS estavam fazendo mobilização na frente da Assembléia pela autorização de contratação de professores emergenciais para os formandos. Tentamos entrar no Dante Barone, mas estava lotado e os acadêmicos ficaram do lado de fora. Então, solicitei aos meus alunos do curso de Engenharia em Sistemas Digitais, da unidade da UERGS em Guaíba, um texto acadêmico sobre o tema. Como professora de Português, precisaria trabalhar a estrutura do texto acadêmico, as normas da ABNT. Fiz isso, com o tema das alterações do Código Florestal. No sábado, encontrei um dos alunos de Guaíba em Porto Alegre. Sua primeira fala foi: Professora, a senhora vai na Manifestação Contra as Mudanças do Código Florestal hoje à tarde? Ele se referia à Mobilização organizada pela Vanguarda Abolicionista, no dia 4 de junho, no Largo Glênio Peres, onde centenas de pessoas se reuniram e saíram em caminhada pela avenida Borges de Medeiros para protestar contra o que nunca se pensou que iria ver: o extermínio em massa legalizado. Lembrei do Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” e continuei meu caminho sorrindo, apesar de tudo.


Agora, novamente me pego me perguntando: a quem mais isso pode interessar, ao me deparar com a destruição da sede da AGAPAN, entidade mãe da ecologia junto ao Rio Grande do Sul. A quem mais pode interessar a morte dos ambientalistas na Amazônia? Hoje, o ambientalista do Movimento de defesa da Orla, Sylvio Nogueira, comentava comigo sobre a Sede da AGAPAN, com palavras simples e duras: Porto Alegre não é a Amazônia. Aqui a gente se revolta! Situada na esquina das avenidas Aureliano de Figueiredo Pinto e Praia de Belas, a AGAPAN, segundo sua assessoria de imprensa, teve seu patrimônio destruído pela empresa de demolição Gilberto Bexiga, que, com alvará provisório, concedido pela Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic) e contratada por Peruzzato & Kindermann, invadiu uma área pública e pôs abaixo a Sede da AGAPAN, que tem cessão de uso expedido pela própria Prefeitura por 20 anos, a contar do início de 2002. Além de a todos nós, cidadãos de bem, a quem interessa isso?


A quem mais interessa o fato de que o Capital compra votos, compra cargos chaves para autorizar crimes, compra leis, compra demolições, compra mortes, compra espécies vegetais e animais silvestres para o sacrifício, compra crianças para a prostituição, compra veículos de imprensa, compra ciência para patentear a vida, compra almas, compra impunidade, compra espaço territorial, enfim, compra quase tudo para seu engrandecimento como Capital. A quem poderíamos denunciar isso?


Quando vi a notícia de que o Tribunal Penal Internacional, que funciona em Haia, na Holanda, realizou a primeira audiência para o julgamento do ex-comandante do exército sérvio-bósnio Ratko Mladic, no dia 03 de junho, eu abri um arquivo no meu computador com o seguinte título: Os senadores brasileiros, o Código Florestal e o Tribunal de Haia. Foi tudo que consegui escrever, tal o sentimento impactante que me causa a perda quase total da confiança em um Sistema pelo qual lutamos: o Sistema Democrático. Quantas mortes para garantir o poder ao povo! O poder ao povo pela representação. Onde está essa segurança agora? Penso que estamos como os filhos do Bin Laden! Onde está o corpo do Bin Laden? Nós nos perguntamos, onde está o Sistema que defende a tudo e a todos? Teremos de procurar onde está o corpo da democracia? Onde está o corpo da justiça? Quando o mundo aceitou a vingança dos EUA, afogou a justiça junto com o Bin Laden. Quantos o queriam em julgamento? Entretanto, a justiça foi feita “pelas próprias mãos”, a exemplo de tanta produção cinematográfica que o próprio USA faz. Eles realmente acreditam na justiça pelas próprias mãos. Será que órfãos de leis, de justiça, de órgãos públicos respeitáveis e honestos, nós teremos de começar a fazer justiça pelas próprias mãos? Novamente, a impotência me deixa sem inspiração.


Apesar de saber que o Tribunal Penal Internacional pode ser uma Instituição comprometida como tantas outras, penso que se os Senadores brasileiros, em se comprometendo com o grande capital, vierem a aprovar a anistia a pessoas que conscientemente cometeram crimes ambientais, portanto, crimes contra a humanidade, dando “o braço a torcer” ao domínio vil de um dinheiro fruto do sofrimento de espécies de todos os reinos, precisarão de um julgamento desse porte! Caso autorize o uso das margens dos rios, e todos esses detalhes técnicos amplamente divulgados e que todas as pessoas sérias sabem que resultarão em crimes, esse Senado – inteiro – deve ser submetido ao Tribunal de Haia.


Sua decisão estará legitimando o que aconteceu na Amazônia, com a morte dos Ambientalistas, aqui em Porto Alegre, com a destruição descabida da Sede da AGAPAN, e a justiça aquela – respaldada em leis – estará no fundo mar. Então teremos aberto um tempo sem lei, sem respeito, um tempo que já tínhamos vencido, do tal “olho por olho, dente por dente.” Em um tempo destes, o que restará ao cidadão honesto, respeitador da convivência coletiva e sustentável, dos seres da natureza, nossos irmãos? Esse cidadão, respeitador do Planeta, terá de copiar hollywood e fazer do Brasil um grande Kill Bill?


Eu milito pela vida. Eu acredito na vida e na vida em abundância. Milito na Educação, ainda que meus alunos da UERGS tenham de ir pedir em passeata mais professores, mais aulas, e nós, professores e funcionários, condições dignas de trabalho. Ainda que tudo isso seja direito e tenhamos de ir pedir com tambores e faixas, eu milito na resistência e na revolta. Como a AGAPAN, que transcende paredes, ela verá a estrela da manhã! A AGAPAN se reerguerá. O Sistema que a submeteu ao desterro, não. O nosso Tribunal é aqui, na Praça da Redenção. Por isso, escrevo o que vi, o que é, na esperança do que há de vir.


* Mestre em Comunicação Social, ambientalista e professora da UERGS.


http://www.ecoagencia.com.br/?open=artigo&id===AUWVVeWpmQXJFbaNVTWJVU

Exposição ao bisfenol torna machos menos atraentes para as fêmeas

Pesquisa conclui que ratos expostos à substância química encontrada no plástico perdem apelo sexual. Próximo passo é analisar mesmo efeito em humanos.
Por O Tao do Consumo - http://www.otaodoconsumo.com.br/


Um experimento realizado na Universidade de Missouri, no estado de Columbia, nos Estados Unidos, conclui que ratos machos expostos ao bisfenol A (BPA) durante a gestação nas barrigas das mães ficam menos masculinos e atraentes para as fêmeas. Os resultados não confirmam, mas sugerem que um efeito similar pode acontecer com os meninos. A pesquisa foi publicada no último fim de semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.


O bisfenol A é usado na fabricação do plástico e no revestimento interno de latas de bebidas e de alimentos. Segundo pesquisas, pode provocar puberdade precoce, câncer, alterações no sistema reprodutivo e no desenvolvimento hormonal, infertilidade, aborto e obesidade. Por conta disso, já foi proibido na União Europeia, no Canadá, na China, na Malásia e na Costa Rica. Onze estados americanos também já vetaram o BPA em mamadeiras e copos infantis.


Segundo o estudo, os ratos cujas mães foram alimentadas com BPA durante a gravidez apresentaram mais dificuldade para sair de um labirinto e menos interesse por exploração do que ratos não expostos à substância química. Para os pesquisadores, esses efeitos sinalizam uma “desmasculinização”, já que as habilidades de deslocamento e a propensão à exploração são consideradas características masculinas clássicas na espécie de ratos estudada. Além disso, em um ambiente natural, essas características ajudam os ratos machos jovens a encontrar parceiras.


Em uma das etapas do experimento, ratas fêmeas foram colocadas em gaiolas com dois ratos machos – um deles exposto ao bisfenol. O resultado observado é que a fêmea passou o dobro do tempo em “contato nariz com nariz” – expressão utilizada para definir o interesse sexual dos roedores – com o rato não exposto ao químico. Isso acontece, segundo os pesquisadores, por que as fêmeas observaram uma diferença no comportamento dos machos ou nos feromônios exalados.


“Os ratos expostos ao BPA tinham uma aparência externa normal”, disse Cheryl Rosenfeld, principal autora do estudo e professora de ciências biomédicas da Universidade de Missouri. “Nós avaliamos as habilidades motoras e sensoriais. As duas foram normais. É impossível diferenciar um rato do outro. Mas ao aprofundar a observação, as diferenças emergiram. O fato de termos descoberto esse comportamento sexual seletivo foi um resultado diferente.”


Efeitos em seres humanos
Como na maioria de estudos com animais, é muito cedo para dizer como esses resultados podem ser traduzidos para a espécie humana. O número pequeno de pesquisas com humanos já associou altos níveis de exposição à substância (medidos na urina) com impotência, perda de libido, baixa qualidade de esperma e até um maior nível de testosterona. No entanto, não existe ainda indicação de que o bisfenol tenha nenhum efeito na masculinidade de meninos ou homens.


É claro que a definição de masculinidade e dos fatores que levam fêmeas a escolher seus parceiros são muito mais complexas em homens do que em ratos. E nos homens o tempo entre o nascimento e a maturidade sexual é em torno de 12 anos, enquanto nos ratos esse tempo é de 60 dias. Mesmo assim, Rosenfeld e sua equipe disseram que o estudo pode levar a novas maneiras de explorar os efeitos da exposição ao bisfenol em humanos.


Por exemplo, os níveis de testosterona e outros hormônios em ratos adultos expostos ao BPA não eram diferentes dos ratos que não foram expostos, o que sugere que a exposição ao bisfenol afeta o comportamento dos machos sem alterar os níveis de hormônio. Também sugere que os pesquisadores talvez tenham que olhar além dos níveis de hormônios quando estão desenvolvendo estudos relacionados ao químico em humanos, disse John Meeker, professor da Universidade de Saúde Pública de Michigan.


“Em uma pesquisa com humanos, muitas vezes dependemos de um resultado como uma mudança nos níveis de hormônio”, disse Meeker, que não fez parte da pesquisa publicada, mas que já estudou uma possível relação entre a exposição ao BPA e a infertilidade em homens. “É possível que o BPA possa impactar a reprodução de uma maneira que não está sendo avaliada nos estudos atuais. Essa nova pesquisa está sugerindo uma nova maneira de avaliar os impactos do BPA no futuro.”


Apesar da dificuldade inerente de associar estudos animais para humanos, Rosenfeld disse que a pesquisa gera ainda mais perguntas sobre os efeitos do BPA, especialmente durante a gravidez. “Nós temos características sexuais seletivas assim como os animais. Mas não há porque deduzirmos que animais se comportariam de maneira diferente dos humanos”, disse Rosenfeld. “O resultado também sugere que o período de desenvolvimento é muito importante – o mesmo período que a prole é exposta a substâncias como os desreguladores endócrinos. Mulheres grávidas devem começar a considerar que a exposição a esses químicos está afetando seus filhos”, finaliza.

Fonte: CNN International - 27/11/2011


















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